Como superar o stress?

Um guia para profissionais

Desde a década de 70, as investigações, que visam identificar e desenvolver estratégias para lidar com o stress no ambiente laboral, têm aumentado. São diversas as opiniões, acerca das estratégias mais adequadas para lidar com o stress ocupacional. 

A intervenção “Orientada para as vulnerabilidades do indivíduo” são diversas as estratégias que podem ser utilizadas, contudo os autores referem que a sua aplicabilidade foi variando ao longo dos tempos devido à sua forma de operacionalização. 

Como refere Amaral (2008, pág. 121) “o conceito atual de vulnerabilidade ao stress difere, em muito, do conceito estático e imutável associado aos primeiros estudos” . Investigações recentes, em particular sobre o impacto das experiências precoces na reatividade ao stress, têm contribuído para uma perspetiva mais dinâmica e interativa do papel dos fatores internos do indivíduo e das circunstâncias adversas de vida. 

Se é certo que a vulnerabilidade pode mudar em função das experiências do indivíduo (e.g. acontecimentos traumáticos precoces podem alterar a sensibilidade neuro endócrina a determinados acontecimentos), também é verdade que o impacto de determinado acontecimento é ditado pela avaliação cognitiva do indivíduo, ou seja, o impacto de determinado acontecimento depende da vulnerabilidade individual. Sendo assim, é na interação entre os fatores internos e externos que reside a vulnerabilidade ao stress (Amaral, 2008). 

Segundo Kasl (1992) a vulnerabilidade pode estar dependente de diversos outros fatores, nomeadamente o estatuto social, o estilo comportamental, as competências, as capacidades, o estado de saúde, a existência de problemas não relacionados com o trabalho e ainda fatores diversos de natureza social e demográfica.

Deste modo, Vaz Serra (2011) explana que são diversificadas as técnicas para reduzir a vulnerabilidade e aumentar a resistência ao stress e melhorar atos de coping, nomeadamente:

• Técnicas cognitivas (e.g. inoculação do stress, debate cognitivo e reavaliação cognitiva)
• Técnicas baseadas na solução dos problemas: melhorar a eficácia das competências de coping (eg. técnica de solução de problemas, gestão do tempo, treino de assertividade)
• Gestão do tempo e do trabalho pessoal: promover a melhoria da gestão pessoal do trabalho e otimizar a utilização do tempo;
• Treino de assertividade;
• Treino de habilidades sociais: melhorar a relação entre as pessoas;
• Treino de gestão de conflitos interpessoais: melhorar a relação entre as pessoas;
• Técnicas de relaxamento: reduzir a tensão provocada pelas situações de stress (eg. respiração abdominal, relaxamento muscular, relaxamento cognitivo, treino de autosugestão, biofeedback);
• Técnicas de comportamentos saudáveis (e.g. exercício físico, promoção de comportamentos saudáveis; alimentação, actividades de lazer, controlo do peso)
• Treino de auto-estima.

Artigo desenvolvido e adaptado a partir da Tese de Investigação Stress Ocupacional – agir, prevenir e tratar do Dr. Agostinho Amaral – diretor clínico da Facies iD

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