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Mas afinal o que é o stress?

A palavra stress deriva do verbo latino stringere, stringo, strinxi, que significa apertar comprimir, apertar. Este conceito começou por ser utilizado na física para traduzir o grau de deformidade sofrido por um material quando submetido a um esforço ou tensão, contudo no sec. XVIII, há uma evolução semântica do conceito e Hans Selye transpôs este termo, passando também a estar associado a adversidade ou dificuldade (Novais, 2010).

 

Selye (1936) preocupou-se em estudar a reação do organismo a qualquer pressão (psicológica ou de outra natureza), exercida sobre este e sugere que existe uma resposta fisiológica usual ao stress, que ocorre qualquer que seja a natureza do acontecimento provocador de stress, à qual designou “síndrome geral de adaptação”.

 

Deste modo, segundo Selye o stress (1956, p. 56), “é a resposta não específica do organismo a qualquer necessidade, que por definição, não pode ser evitado. A completa liberdade em relação ao stress é a morte.” O conceito stress definido por Selye evoluiu e sofreu influências de dois fisiologistas, Bernard e Canon, redefinindo o stress como uma perda do equilibrio homeostático do organismo (Teixeira, 2008).

 

Para Brunner e Suddarth (1985), stress é um termo difícil de definir, para estes autores o stress é um estado produzido por uma mudança no ambiente que é percebida como um desafio, ameaça ou agressão para o equilíbrio do indivíduo.

 

Contudo, é com Lazarus um dos investigadores mais proeminentes nesta área de estudo, que nos anos 70, o stress passa a ser estudado numa perspetiva psicológica, realçando a importância da componente cognitiva. Este autor considera, que o stress é visto como uma transação entre a pessoa e o ambiente, na qual a situação é avaliada pelo indivíduo, como exercendo os seus recursos e ameaçando o seu bem-estar. Também refere que as condições externas, os processos de avaliação, os recursos pessoais e as consequências psicológicas e físicas fazem parte integrante do processo de stress.

 

Lazarus e Averill (1972) descreveram três etapas no processo de avaliação cognitiva. Inicialmente surge a avaliação primária que se refere ao momento em que o sujeito tenta conhecer o que a ocorrência tem de prejudicial ou de benéfico, de relevante ou irrelevante, para si. De seguida, dá-se a avaliação secundária, que é quando o sujeito avalia os meios de que dispõe para lidar com a situação, de forma a evitar as consequências prejudiciais ou antecipar os aspetos benéficos, por último acontece a chamada reavaliação, em que o sujeito faz um balanço das suas possibilidades de se sentir em stress ou não mediante os elementos recolhidos. 12

 

Paúl e Fonseca (2001) definem o conceito de stress, como algo que “abrange as reações emocionais e cognitivas às ameaças e desafios inerentes ao quotidiano e aos acontecimentos de vida”. Para estes autores, o stress verifica-se quando há um desequilíbrio entre as existências ambientais e as capacidades de resposta do organismo (capacidades de coping).

 

Este desequilíbrio foi identificado pela primeira vez por Moruzzi e Magoun (1949), quando observaram a existência no encéfalo de um sistema de alarme, que reflete a identificação por parte do indivíduo de uma ameaça física ou psicológica pelos mais variados sintomas. Dos quais destaca Limongi-França e Rodrigues (1999) as dores de cabeça, pressão alta, dores nos ombros e coluna, ansiedade, depressão, aumento do absentismo e rotatividade ou de atuação geral.

 

Todavia, Vaz Serra (2000) considera que o stress não tem de ser sempre prejudicial à saúde, uma vez que “em situações intermédias o stress pode ser útil porque se torna propulsivo, ou seja, constitui uma fonte de impulso que faz com que o indivíduo tome decisões e resolva problemas, ajudando-o a melhorar o seu funcionamento e as suas aptidões. O stress, neste sentido, traz algum sabor à vida e pode constituir-se um incentivo de realização profissional e pessoal” (p. 16).

 

As definições actuais de stress consideram stressor o que é causado pelo ambiente externo, como stress a resposta ao stressor ou sofrimento, sendo que o conceito de stress é visto como algo que envolve mudanças bioquímicas, fisiológicas, comportamentais e psicológicas. Os investigadores estabeleceram também a diferença entre eustress - stress positivo, benéfico e saudável para o indivíduo, um modelo impulsionador para suas realizações, com possibilidades de atuação no desenvolvimento pessoal e de fortalecimento da saúde e, o distress - stress perigoso e nocivo, descrito como prejudicial, que propicia uma resposta negativa, com efeitos negativos na saúde (Hespanhol, 2005; Chambel, 2005; Fischer & Tarquino, 2010).

 

 

Um artigo retirado da tese Stress Ocupacional - Agir, Prevenir, Tratar, de Agostinho Gomes do Amaral (Diretor Clínico da Facies iD, OM (2016)

 

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